Após inúmeras semanas seguidas repletas de notícias negativas, o governo não deve ter alívio nos próximos dias. Na semana que começa neste domingo (27), o Planalto deve enfrentar os novos capítulos do processo de impeachment e vai aguardar a decisão tomada pelo diretório nacional do PMDB na próxima terça-feira (29), quando o partido definirá se desembarca da base aliada do governo.
Se confirmada, a saída do PMDB, maior partido da base de apoio do Planalto, deverá agravar ainda mais a já frágil situação do governo Dilma, que enfrenta manifestações contrárias nas ruas e busca votos para barrar o processo de impeachment que tramita na Câmara dos Deputados.
O PMDB desembarca do governo se a maioria entre os 127 votantes na reunião do diretório optarem pelo rompimento. Ao abandonar o governo, o partido libera seus parlamentares para votarem como quiserem no processo de impeachment.
Em reunião realizada na última semana, a sigla já firmou que todos os sete ministros peemedebistas terão até o dia 15 de abril para deixarem seus cargos. Na avaliação de fontes peemedebistas, dos sete ministros, Kátia Abreu (Agricultura), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde) são os que mais teriam tendência a permanecer no governo, mesmo sob ameaça de expulsão do partido.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva envolveu-se nas discussões e trabalhou para adiar a reunião do diretório. No entanto, conseguiu apenas convencer o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a dar uma declaração pública de que sigla agrava a crise se sair do governo.
Se optar pelo desembarque do governo, o PMDB seguirá o rumo já tomado pelos diretórios do partido em Santa Catarina, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo. Somente a bancada do PMDB fluminense conta com 12 deputados na Câmara e sempre foi considerada estratégica para barrar o impeachment no Congresso.
Supremo
Outra notícia importante para o governo deve sair em sessão do STF (Supremo Tribunal Federal), que deve julgar a permissão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de assumir o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. A chegada de Lula ao governo é tida como uma “última cartada” para melhorar a relação do Planalto com o Congresso e barrar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Desde quando foi empossado, no último dia 17, o ex-presidente não pode assumir a pasta devido a diversas liminares que suspenderam a nomeação de Lula. Diante da situação, ministro Gilmar Mendes, do STF, assumiu a frente do processo, suspendeu a nomeação e estabeleceu que o processo do petista seja julgado por Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em primeira instância.
Na última quarta-feira (23), o ministro Teori Zavascki solicitou a devolução dos processos que envolvem o ex-presidente Lula ao Supremo. No entanto, a decisão de Teori não permitiu que o ex-presidente assumisse o posto de ministro-chefe da Casa Civil.
R7