A ação tem como intuito colocar em pauta questões de violação dos direitos humanos e unir esforços diplomáticos
A China é a maior economia do Brics, com um PIB com cerca de US $15 trilhões, e assume o papel de principal parceiro comercial do Brasil, ocupando o primeiro lugar como destinatário das exportações brasileiras e também o primeiro lugar entre os países que mais vendem para o mercado brasileiro. Entretanto, o predomínio econômico chinês não deve traduzir perda de liberdade, violação dos direitos humanos, e principalmente, nas atrocidades que vem acontecendo com a minoria Uigur.
Por isso, o grupo Democracia Sem Fronteiras protocolou um ofício no Ministério das Relações Exteriores no Palácio Itamaraty nesta terça-feira (06). O documento tem como objetivo promover a discussão em âmbito presidencial e parlamentar em relação a violação e abuso aos direitos humanos contra a minoria muçulmana dos uigures na província chinesa de Xinjiang.
A proteção e defesa dos direitos humanos violados em Xinjiang possui extrema importância política nas relações internacionais. “Acreditamos que o Estado brasileiro tem o dever de reconhecer a violação que a anos vem prejudicando os povos Uigur, por isso, pedimos que o Ministério das Relações Exteriores empenhe-se e preocupe-se com a questão e envide esforços aos Uigures para que se proceda a sanção e consequentemente sejam estabelecidas relações diplomáticas entre as duas nações”, explica Jorge Ithallo, presidente do DSF.
Na segunda-feira (05), a União Europeia (UE), o Reino Unido, os Estados Unidos e o Canadá impuseram sanções contra líderes antigos e atuais de Xinjiang.
Violação dos direitos humanos
Enquanto várias marcas estrangeiras são alvo de represálias no mercado chinês, a mesma respondeu contundentemente às acusações ocidentais de “trabalho forçado” na região de Xinjiang, de maioria muçulmana, e sancionou personalidades britânicas. A região no noroeste da China foi por muito tempo palco de ataques contra civis atribuídos aos separatistas ou islâmicos uigures.
Há alguns anos, Pequim impõe na região uma drástica vigilância policial. Segundo estudos de institutos dos Estados Unidos e Austrália, ao menos um milhão de uigures estão em “campos de reeducação” e alguns deles são submetidos a “trabalhos forçados”, principalmente nos campos de cultivo de algodão.
Sobre o Democracia Sem Fronteiras
O Democracia sem Fronteiras, criado em novembro de 2019, descreve-se como um movimento de pessoas engajadas no fortalecimento e na defesa do direito à democracia em todos os países do mundo. Desde o início da Pandemia, o movimento tem sido uma das organizações sociais que vem promovendo ações cobrando uma resposta do Governo Chinês pela omissão de informações, reforçando que a Pandemia poderia ter sido radicalmente minimizada se tratada com a transparência e imediata resposta que o caso exigia.