Um idoso teve um cateterismo cancelado após ser acusado de usar documentos falsos. Quintiliano da Silva Neiva (foto em destaque), de 75 anos, deu entrada na unidade da Asa Norte do Hospital Santa Lúcia com fortes dores no peito, na última quinta-feira (13/2).
Como no ano passado ele já havia passado por um cateterismo, em razão de pressão alta, e aparentava estar infartando, a internação foi autorizada.
No dia seguinte, porém, enquanto se preparava para um novo cateterismo, por volta das 10h, foi levado de volta para o apartamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sob a alegação de fraude na documentação do plano de saúde.
Veja o relato do idoso:
Polícia acionada e o “mal entendido”
De acordo com os familiares, o hospital chamou a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Os militares conversaram com a vítima e fizeram várias perguntas, como nome completo, número da carteira de identidade e outros dados pessoais.
Em nota, a PMDF informou que o chefe de segurança do hospital ressaltou que foi constatado que uma pessoa com documentação falsa, se passando por outra, estava tentando passar por uma cirurgia. Os policiais militares conversaram com a gerência do hospital, que alegou que havia divergência de assinaturas.
No momento em que assinou os papéis para a entrada no centro médico, o idoso sentia fortes dores no peito, o que explicaria a diferença em relação à assinatura presente na carteira de identidade.
Segundo familiares do idoso, inicialmente, os policiais militares teriam dito que o médico responsável já havia dado alta para o paciente. Por isso, pretendiam levar o paciente até a delegacia para o registro de ocorrência. Logo depois, porém, os funcionários do hospital teriam dito que erraram, e que a alta médica era de outra pessoa.
A PMDF disse que o médico informou que a questão seria resolvida com o paciente e a direção do hospital.
Procedimento temporariamente adiado
Em nota, o Hospital Santa Lúcia Norte disse que o procedimento indicado (no caso, o cateterismo) “foi temporariamente adiado, sem risco à saúde do paciente, até que sua correta identificação fosse garantida”.
“Após visita policial e confirmação parcial da identidade, o exame foi remarcado para o mesmo dia. No entanto, o paciente, insatisfeito com a situação, evadiu-se da unidade hospitalar”, acrescentou.
Risco de infarto
Depois de toda a situação, os familiares do idoso decidiram transferi-lo de hospital.
No outro centro médico, Quintiliano, que é economista e analista do Banco Central aposentado, foi diagnosticado com angina. Por causa disso, vai ter que fazer uma ponte de safena.
De acordo com os familiares, o cirurgião que cuida do caso de Quintiliano disse que o coração do paciente “é uma bomba-relógio, que pode infartar a qualquer momento”.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 2ª DP (Asa Norte), investiga o caso como crime praticado contra pessoa idosa.