Hospital de Base é referência em Cirurgias Bucomaxilofaciais de alta complexidade no DF

por Bruno Laganá

Fotos: Alberto Ruy/ IgesDF

O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) é reconhecido como um centro de excelência para o tratamento de alta complexidade, e um dos serviços que mais se destaca é o atendimento na área de Odontologia e Cirurgia Bucomaxilofacial. Desde 2011, o chefe do Serviço de Odontologia e Cirurgia Bucomaxilofacial, Ricardo de Pádua Coelho, tem liderado uma equipe altamente qualificada que realiza procedimentos de grande porte para corrigir deformidades faciais e reconstruir mandíbulas e articulações da face.

“Somos o hospital de referência para alta complexidade, e realizamos atendimentos ambulatoriais desde média complexidade até cirurgias para tumores benignos, deformidades dentoesqueléticas, reconstruções maxilo mandibulares, além de realizar o acompanhamento de politraumatizados e de outras afecções da região bucomaxilofacial”, explica o Dr. Ricardo Coelho.

A equipe do HBDF se dedica a atender uma enorme variedade de casos, que vão desde cirurgias de reconstrução da face até emergências de pronto-socorro. O Hospital é especializado em cirurgias de alta complexidade como osteotomias de maxila e mandíbula (cirurgia ortognática), cirurgias de articulação temporomandibular (ATM) e reconstruções com próteses articulares e mandibulares. Segundo o chefe do serviço, esses procedimentos são fundamentais para a recuperação estética e funcional dos pacientes, devolvendo-lhes qualidade de vida.

Uma das especialidades do hospital é a cirurgia de próteses articulares e mandibulares, um dos procedimentos mais complexos e de alto custo da especialidade. No Hospital de Base, foram realizadas aproximadamente 30 cirurgias de próteses nos últimos 12 anos, com a realização de 4 a 7 procedimentos por ano. “São cirurgias de alto custo que precisam de um grande nível de expertise, e que hoje são realizadas no Hospital de Base e em poucos outros estados do Brasil. Essas cirurgias são fundamentais para a reconstrução da mandíbula e a reabilitação estética e funcional do paciente”, destaca o cirurgião bucomaxilo.

Em 2024, o HBDF realizou 521 procedimentos de média e alta complexidade, com 60% deles sendo de alta complexidade. Entre os principais procedimentos, destacam-se 68 procedimentos ortognáticos em 36 pacientes para correção de deformidades faciais. Além disso, também foram realizadas 13 artroplastias para ajuste de articulações, 14 reconstruções faciais, 15 reconstruções de órbita e 8 procedimentos para reparo de fraturas bilaterais de côndilo, entre outras.

Os pacientes chegam ao Hospital de Base por meio do Sistema de Regulação (Sisreg) da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, que direciona os casos conforme a gravidade e a região de origem. Pacientes encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) são acolhidos e avaliados, seguindo o fluxo regular para atendimento especializado. Os de alta complexidade ficam no Hospital de Base.

Os pacientes atendidos pela equipe de bucomaxilofacial também são acompanhados dentro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Geral e da UTI de Trauma para que seja dado prosseguimento ao tratamento após as cirurgias. A odontologia hospitalar atua em conjunto com as equipes de outras especialidades médicas, garantindo cuidados para pacientes críticos, caso necessário. “Nosso foco é oferecer um atendimento humanizado. Temos uma equipe de 17 profissionais especializados em Bucomaxilofacial, incluindo mestres e doutores, que são altamente capacitados e dedicados a devolver a dignidade e qualidade de vida aos pacientes”, afirma o Dr. Ricardo Coelho.

A especialidade de Bucomaxilofacial recebeu, no ano de 2024, a adição de uma poderosa ferramenta para facilitar o planejamento das cirurgias de alta complexidade. Com auxílio de doações substanciais realizadas pelo Dr Ricardo Coelho e pelo Dr Frederico Felipe de Oliveira Nascimento, hoje a área conta com equipamentos de impressão 3D que ajudam a criar modelos em tamanho real da parte óssea da face dos pacientes que precisam ser submetidos à cirurgia de reconstrução.

Segundo o Dr Ricardo, o uso das impressoras 3D para a impressão destes modelos, torna a execução cirúrgica mais rápida e precisa, diminuindo o tempo cirúrgico e até mesmo de internação do paciente, reduzindo, portanto, o custo geral de todo o procedimento. “É uma forma, inclusive, de liberar leitos com mais agilidade, para que mais pacientes possam receber atendimento mais prontamente”, explica.Com o uso de softwares de planejamento virtual e impressão 3D, o ambulatório consegue reduzir o tempo de preparação para as cirurgias, aumentando a eficiência e diminuindo a espera dos pacientes na fila cirúrgica. “O laboratório 3D tem sido essencial para agilizar o planejamento para as cirurgias, já que com ele é possível transformar o processo, que antes levava dias, em um trabalho de apenas algumas horas”, destaca o Dr Ricardo.

A doação dos equipamentos foi feita pelos próprios profissionais da área, que se organizaram para custear o valor do equipamento. “Com essas impressoras foi possível montar um centro de criação desses modelos, que nos ajuda bastante no dia a dia”, conta Ricardo.

Segundo a chefe da Assessoria de Relações Institucionais do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), Mariana Diniz, há uma verba parlamentar já garantida para a compra de equipamentos de planejamento cirúrgico para a composição de um laboratório melhor no HBDF, mais moderno e mais ágil, além de outros que vão ajudar a modernizar o serviço odontológico da unidade.

“A verba de R$ 250 mil reais foi destinada pelo deputado distrital Gabriel Magno e sua execução já está em andamento. Equipamentos como a Bomba de Vácuo já chegaram e outros estão com o contrato já assinado. A compra da impressora 3D e das resinas para impressão dos modelos estão em fase de elaboração de elemento técnico, e devem chegar ainda esse ano”, completou Mariana.