Cerca de 271 mil domicílios particulares no Distrito Federal passam por algum grau de insegurança alimentar. O número representa 23,5% do total de casas da capital federal. Além disso, 47 mil lares (4,3%) do DF estão em situação mais grave da condição.
As informações constam na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), que apresenta a relação da situação da insegurança alimentar existente no país. Os dados são referentes ao quarto trimestre de 2023 e foram divulgados nesta quinta-feira (25/4).
Considerando todos os níveis de insegurança alimentar, o DF tem o menor nível proporcional das unidades da Federação (UFs) localizadas no Centro-Oeste. No entanto, quando falamos apenas da situação mais extrema, o Distrito Federal assume a liderança na região.
Os domicílios são classificados como situação de insegurança alimentar leve quando há preocupação com o acesso aos alimentos no futuro. Nessas situações, já se verifica comprometimento da qualidade da alimentação e moradores assumem estratégias para manter uma quantidade mínima de alimentos disponível aos seus familiares. No DF, de acordo com os dados do IBGE, esse nível engloba 170 mil domicílios particulares.
Os casos moderados são aqueles de moradores, sobretudo os adultos da família, que passaram a conviver com a restrição quantitativa de alimentos, ocorrendo em 55 mil lares da capital federal. O nível mais grave significa que, além dos membros adultos, as crianças passaram por privação severa no consumo de alimentos, podendo chegar a sua expressão mais aguda, a fome.
Em todo o país, com base nos resultados da Pnad Contínua 2023, cerca de 3,2 milhões de domicílios passaram por privação quantitativa de alimentos, que atingiu não apenas os membros adultos da família, mas também suas crianças e adolescentes. Sendo assim, a fome esteve presente entre eles, pelo menos, em alguns momentos do período de referência de três meses.
Segundo o IBGE, o Pará (9,5%), Amazonas (9,1%) e Amapá (8,4%) são os estados brasileiros com maior incidência de domicílios particulares com insegurança alimentar grave. Cerca de 464 mil lares passam pela situação mais extrema na Região Norte.