Revoltados pela demora no atendimento a crianças doentes, um grupo de pessoas derrubou uma das portas do Pronto-Socorro do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), na noite desse sábado (5/4). Após o ocorrido, uma mulher chegou a entrar na área de emergência da unidade de saúde sem autorização.
O Hmib estava superlotado e com atendimento apenas para casos graves, segundo relatos, o que deixou as famílias exaltadas. Profissionais do hospital relataram que uma mulher teria começado a chutar uma das portas de aço do pronto-socorro e que chamou outras pessoas para arrebentarem a entrada com ela.
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Em seguida, diversas pessoas tentaram invadir a área de emergência, e os vigilantes da unidade de saúde tiveram de impedir a entrada do grupo. A mulher que começou a chutar a porta, porém, conseguiu entrar. Após a chegada da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), ela e mais duas pessoas acabaram levadas para a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).
“Grave perturbação à ordem”
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) classificou o episódio como uma “grave perturbação à ordem dentro da unidade hospitalar”. Ainda segundo a pasta, a mulher, “em atitude agressiva, danificou o patrimônio público” e “desrespeitou a atuação da equipe de segurança”.
“Durante a invasão, a usuária [do hospital] fez filmagens na área interna, expondo crianças internadas sem qualquer autorização, infringindo o direito à privacidade e à individualidade dos pacientes”, destacou a SES-DF, em nota enviada ao Metrópoles.
A secretaria acrescentou que o hospital se encontrava em bandeira vermelha, operava com taxa de ocupação de 131% e tinha apenas três médicos na escala de plantão.
“Reiteramos que o Hmib tem enfrentando um aumento expressivo na demanda [por atendimento], em razão da sazonalidade respiratória, e que toda a equipe tem se empenhado para garantir o cuidado necessário aos pacientes, mesmo com a unidade em operação acima da capacidade instalada”, completou o órgão do Executivo local
Segundo a pasta, a rede pública precisa do apoio da população neste momento de sobrecarga extrema. Pacientes sem sintomas graves procurem as unidades básicas de saúde, Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) ou prontos-socorros hospitalares de menor complexidade.
A SES argumentou, também, que vem se preparando para o período de sazonalidade das doenças respiratórias, com a contratação de neonatologistas e de uma empresa especializada em serviços médicos de Pediatria, totalizando 14.048 horas de plantão.