Vítima de um acidente na DF-150, Guilherme Pires dos Santos, 9 anos, será enterrado nesta tarde. O menino morreu atingido por uma pedra transportada por um caminhão que tombou na pista. A criança estava em uma rua adjacente à rodovia, quando o material carregado caiu do veículo e o acertou. Por pouco, o primo de 2 anos e o tio dele, de 55, não se feriram.
Guilherme será velado às 13h desta quarta-feira (27/11), no Cemitério de Sobradinho. A cerimônia de despedida será na Capela 3, e o enterro está marcado para as 15h30.
Veja fotos da vítima:
Nas mídias sociais, amigos e parentes de Guilherme lamentam a morte prematura da criança. “Não existe mais vida sem você. Eu te amo para sempre, meu grande herói”, escreveu a irmã Iasmin Pires, 18.
O primo Adryan Santos também deixou uma mensagem e disse que, agora, Guilherme “está no céu, olhando a gente e se perguntando quando vai poder jogar bola conosco de novo”. “Vai em paz, Guizinho. O primo te ama muito e sempre te amará”.
Pouco antes de ser atingida por uma das pedras que caiu do caminhão, por volta das 10h dessa terça-feira (26/11), a criança empurrava um carrinho de bebê que tinha dentro o primo Davi Avelino, 2.
Ao perceber que as pedras se aproximavam, Guilherme conseguiu afastar o mais novo, para evitar que o menino também fosse atingido, segundo testemunhas. Davi foi levado para o Hospital Regional de Sobradinho (HRS) e passa bem, mas Guilherme não resistiu. “Um pequeno herói, descanse em paz garotinho”, escreveu Vitória Santos, outra prima da vítima.
Sem área de lazer
A pista onde Guilherme, Davi e o da vítima Raimundo Nonato, 55, estavam no momento da tragédia fica ao lado da DF-150. Trata-se de uma rua residencial. A área, próxima à Fercal, é a única opção de lazer na quadra, segundo Iasmin contou ao Metrópoles.
A família de Guilherme também reclamou da falta de segurança às margens do Km 12 da DF-150. Para a irmã de Guilherme, o trecho – acidentado e próximo a uma curva na rodovia – deveria ter mais sinalização.
“Isso é inadmissível. Uma criança passando na rua morrer assim, depois de o caminhão tombar. Isso é um absurdo. Ele não estava na rodovia nem à beira da pista, estava na rua abaixo”, desabafou Iasmin. “A moça que cuida dele é nossa tia, e a madrinha dele perto. Ele voltava da casa dela para ir para a escola.”
Iasmin recebeu a notícia da tragédia por telefone, por volta das 11h. Para ela, “a ficha ainda não caiu”. “É muito difícil acreditar que ele esteja morto. Eu o vi hoje [terça-feira] de manhã, e ele estava bem. De repente, alguém me liga e diz: ‘O Guilherme morreu’”, detalhou a jovem.
Assista ao relato de Iasmin Pires, irmã de Guilherme:
Eva Pereira de Jesus, 50, parente dos meninos e moradora da região destacou ser comum que crianças do bairro brinquem ou joguem bola na rua abaixo da rodovia, antes e depois das aulas escolares.
“Não tem uma quadra ou parque para jogarem bola. Quando é fim de tarde, elas sempre brincam aqui [na rua por onde Guilherme e Davi passavam]. Se esse acidente tivesse acontecido por volta das 17h30, seria uma tragédia maior”, completou Eva.
Os bombeiros foram acionados para atender à ocorrência por volta das 10h30. Quando chegaram ao endereço informado, próximo à Fercal, encontraram o caminhão tombado na rodovia.
O veículo estava carregado com pedras de grande porte e, quando virou, as peças transportadas caíram e atingiram Guilherme, além de carros estacionados na rua adjacente.
O condutor do caminhão ficou preso às ferragens após o ocorrido e foi socorrido pelo CBMDF. Ao ser levado para o HRS, o motorista estava consciente e orientado, mas com uma fratura no braço esquerdo. As causas do acidente são investigadas pela 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho 2).