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Mitos e verdades sobre o Bitcoin

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Este mês a RTTNews noticiou que o presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, durante um evento em SP, comparou a moeda Bitcoin a um esquema de pirâmide, gerando alvoroço na mídia especializada ao redor do globo. No dia seguinte, Chris Burniske, um analista da Placeholder Venture Capital, condenou o argumento do presidente do Bacen dizendo que “se o Bitcoin é um esquema Ponzi, a sociedade também é um Ponzi”.

Tais diálogos reacenderam debates e dúvidas acerca da moeda digital mais poderosa do mundo. O Bitcoin nasceu em 2008 pelas mãos de Satoshi Nakamoto, pseudônimo para um japonês quarentão ou um grupo de programadores que estariam por trás da criação da moeda. Naquele ano foi publicado um documento que continha o conceito e protocolo do Bitcoin em um grupo de discussões do The Cryptography Mailing. No ano seguinte, foi iniciada a rede e a mineração das primeiras moedas.

De maneira conceitual, Bitcoin é uma moeda que é usada para transações comerciais, não existindo fisicamente como o dólar, o euro ou o real. Seu código, protegido por uma Blockchain, permite operações financeiras de modo seguro, asseguradas por criptografia. Seu propósito inicial era oferecer uma moeda sem intervenção governamental e ganhar valorização por transações sem intermediários.

Além do mais, o Bitcoin é descentralizado, o que quer dizer que não existe um local físico – como um servidor específico, banco convencional ou casa de emissão de moedas onde são criadas. Qualquer um, com conhecimento prévio em programação e certo tempo de estudo acerca de seu código-fonte, aliado a hardwares potentes (e caros) pode acessar a rede e minerar Bitcoins.

Mitos e verdades

A partir da supervalorização do Bitcoin este ano, as moedas digitais têm despertado interesse crescente nos brasileiros. A partir de taxas de pesquisas do Google Trends é possível verificar um crescimento de 130% nas buscas por este tipo de investimento, em detrimento de palavras como “mercado financeiro” (latu sensu) ou “tesouro direto”, por exemplo. Abaixo, listamos alguns mitos e verdades sobre a moeda:

Minerar moedas digitais é só para programadores

Não é verdade. Qualquer um pode minerar bitcoins. Contudo, não é barato. Até 2012, era possível minerá-las de sua própria casa. Atualmente tal investimento não suporta um CPU convencional, sendo necessário hardwares ultrapotentes – Avalon ASIC, Buttlerfly Labs, etc – pois o gasto com computadores e energia elétrica não cobre o custo de mineração.

É possível ganhar Bitcoins gratuitamente

Em alguns sites espalhados pela rede existe o que se conhece popularmente por faucets ou “torneiras de Bitcoin”. Estes são sites que prometem satoshis – frações de uma moeda completa – em troca de preenchimento de códigos captcha. Todavia, o valor de satoshis é irrisório pelo custo-benefício do tempo gasto ao preencher tais formulários.

Os governos vão acabar com o Bitcoin

Atualmente os países estão pensando em como lidar com a moeda. O Brasil, como se viu no início do texto, ainda está perdido no que tange ao mercado de criptomoedas. Recentemente o Japão criou um marco regulatório para empresas que usam o Bitcoin, a fim de liberá-lo para o uso no dia-a-dia. Na esteira, países mais desenvolvidos da Europa, Ásia e América do Norte têm ampla aceitação da moeda no mercado consumidor.

O Bitcoin vai acabar

Certa vez, um executivo do JP Morgan disse que o Bitcoin iria acabar. Porém, como constatado, não existe uma forma de acabar com a moeda ou encerrar o sistema. É uma tecnologia que funciona 24h por dia, sem qualquer falha de programação, desde 2009. Devido à sua natureza distributiva e de segurança a partir da Blockchain, já testada pela engenharia computacional atual, dentre outros métodos correlatos, é uma tecnologia e realidade das ciências econômicas sem qualquer chance de retorno, apesar de seu código ter sido programado para minerar um volume máximo de 21 milhões de Bitcoins – marca a ser atingida em torno do ano de 2140.

O Bitcoin não é seguro

Bitcoin é uma nova forma de fazer transações financeiras, pois não é só aceito na internet – outra dúvida comum entre iniciantes e curiosos no assunto. Atualmente, no Brasil, mais de 15 mil estabelecimentos aceitam a moeda como forma de pagamento. As técnicas de segurança são inovadoras, utilizando-se da já citada Blockchain, que registra todas as transações envolvendo Bitcoins em uma espécie de livro-razão imutável e criptografado. Muitas instituições financeiras estão utilizando a tecnologia para segurança da informação. Além destas, o sistema está se expandindo em outras frentes como a segurança nas eleições, a proteção de banco de dados de universidades, o mercado imobiliário e de seguros, a gestão de cadeia de suprimentos, o armazenamento em nuvem, a cybersegurança em geral, dentre outros.

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