Motociclistas e entregadores de aplicativo se reuniram para atacar a casa de um policial militar aposentado na madrugada desse domingo (7/7). Motivados por uma confusão entre o PM e um dos profissionais de delivery, o grupo foi até o Riacho Fundo como forma de protesto.
Tudo começou momento antes, por volta da meia-noite, quando um homem foi fazer uma entrega ao vizinho do policial.
Câmera de segurança mostra a discussão entre os dois. O PM, Fernando de Assis Silva, 73 anos, segura uma arma e, depois de bate-boca, dá um tapa no motoboy. Duas mulheres acompanham a confusão de perto. Veja:
Em menos de uma hora, o ex-militar foi surpreendido por dezenas de entregadores de aplicativo e motociclistas, que atacaram a sua casa.
O grupo quebrou o portão de Francisco com chutes, além de arremessar objetos na residência, como vasos e bolas de concreto.
O aposentado foi até a 29ª delegacia de polícia, no Riacho Fundo, registrar boletim de ocorrência. Aos investigadores ele contou que se incomodou com o barulho que o motoboy fez ao realizar a entrega. O PM alega também que foi ameaçado.
Os policiais civis não apreenderam a arma, pois o PM tem autorização para possuí-la.
Já o entregador agredido não compareceu para registrar boletim de ocorrência.
“Bololo do Riacho”
O ataque a casa de Francisco foi organizado em um grupo de WhatsApp chamado “Bololo do Riacho”, que possui mais de 450 membros.
Um print da descrição do chat mostra horário e local marcados para a vingança: “estacionamento do fórum do Riacho Fundo às 0h30, para geral descer para a casa do comédia!”
O delegado Sérgio Bautzen, da 29ª DP, que investiga o caso, afirmou que alguns envolvidos já foram identificados, mas o entregador agredido pelo PM continua desconhecido.
Segundo Bautzen, caso o mesmo grupo já tenha depredado outros lugares por conta de desavenças, os integrantes serão autuados por organização criminosa.
“Se houver desavenças entre cliente e empregador, o problema deve ser resolvido pelo aplicativo. Caso a situação seja mais grave, uma unidade policial tem de ser procurada”, explica o delegado.