Após as fortes chuvas que castigaram regiões de Ceilândia durante o fim de semana, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu explicações ao GDF sobre as obras na região. Nos últimos dias, enxurradas invadiram casas, além de desmoronamento de asfalto e afundamento de veículos.
O procurador dos Direitos do Cidadão do MP, Eduardo Sabo, explica que vai oficiar o governo local para saber quais áreas de Ceilândia e do Sol Nascente foram as mais afetadas durante o fim de semana. “Face a essa situação que ninguém previa que iria acontecer, eu vou oficiar o GDF para saber, primeiro, se o local em que aconteceu é o que eles já estão trabalhando [ realizando obras] ou não”, disse, ao Metrópoles.
Sabo ainda avaliou que o governo está atento às situações, mas que, no caso de Sol Nascente e Ceilândia, é preciso que as secretarias trabalhem de forma ordenada. Segundo ele, mesmo com obras em Ceilândia, a água que escoa da região acaba “caindo” no Sol Nascente, o que pode ter piorado a situação.
” Vou recomendar que se faça um trabalho amplo em relação à Ceilândia, também, devido ao impacto no Sol Nascente”.
Enxurradas
No Sol Nascente, a enxurrada levou um carro que estava ilhado em uma área próxima à Feira do Produtor. A cena desesperadora foi registrada por testemunhas.
Veja:
Funcionários de uma lanchonete formaram uma “corrente humana” para salvar um homem que estava sendo arrastado pela enxurrada.
Assista:
Minutos antes do resgate, o homem socorrido tentou prestar ajuda a um motorista ilhado. A força da enxurrada, porém, derrubou os dois em meio às águas.
A Estação Guariroba do Metrô-DF ficou alagada, na noite de sábado (23/11), durante o temporal. As águas também invadiram as residências. No Sol Nascente, algumas casas ficaram completamente inundadas após serem atingidas pela enxurrada.
Veja:
GDF
Na manhã de domingo, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), visitou pontos de Ceilândia e Sol Nascente que foram alagados na noite anterior. Ibaneis disse à coluna Grande Angular que a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros interditaram casas construídas em locais indevidos. Até o momento, foram interditadas oito residências.
As famílias foram direcionadas a um ginásio na Regional de Ensino de Ceilândia, até que sejam realocadas para endereços temporários ou recebam aluguel social.
Uma força-tarefa criada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) definiu três frentes de trabalho: drenagem das águas, recuperação asfáltica e limpeza da cidade.
No total nove órgãos participam da ação, além da Secretaria de Governo, as secretarias de Desenvolvimento Social (Sedes-DF), de Obras e Infraestrutura (SODF) e de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal), a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil e o Serviço de Limpeza Urbana (SLU).
De acordo com o secretário de Obras e Infraestrutura, Valter Casimiro, foram mapeados os pontos mais críticos na região. Entre os pontos, está o Trecho 2 do Sol Nascente. Todos serão recuperados e as obras foram iniciadas ainda no domingo.
“Vamos fazer correções no sistema de drenagem de Ceilândia, uma vez que a água de lá desce para a região do Sol Nascente. Equipes do SLU e da Novacap seguem trabalhando para abrir novas bocas de lobo no Sol Nascente e também será feito um reforço na rede de Ceilândia. Vamos ampliar o sistema de captação para a recuperação de toda a rede”, destacou Casimiro.
A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) informou que 29 famílias foram atingidas – cerca de 100 pessoas. “Destas, cinco famílias ficaram desabrigadas. A Sedes ofereceu acolhimento em alojamento provisório montado para atender às vítimas, mas elas não aceitaram”, disse a pasta.