A família de Benjamin Vicente Machado, de 1 ano e meio, respira aliviada após três dias de internação do menino no Hospital Santo Antônio, em Blumenau, no Vale do Itajaí. O bebê foi picado no pé esquerdo por um filhote de jararaca na segunda-feira (13) enquanto brincava no quintal da casa da avó.
Na tarde de quarta (15), o garoto foi avaliado pelo corpo médico do hospital e recebeu alta.
“Estamos aliviados e cansados psicologicamente e fisicamente por estes dias no hospital. Ele ficou muito assustado [na hora da picada]”, afirma o pai, Paulo Henrique de Almeida Machado.
A serpente foi levada junto com o bebê para o hospital e, no atendimento, a equipe conseguiu identificar a espécie e encontrar o antídoto. Foi um vizinho que matou o animal e ajudou a família.
“Ainda não consegui conversar direito com o vizinho, mas ele já é conhecido da família. Sempre está presente e é um cara muito bacana. Com certeza a gente pretende agradecê-lo”, afirma.
Medo e pressa
Momentos depois da picada, a família afirma que foi imediatamente para o hospital. Na cabeça de Paulo, além do medo, a pressa também foi imperativa.
“Na hora, eu só senti medo. Eu sabia que eu não podia chorar e nem sentir fraqueza. Era só o medo e a pressa que me invadiam naquele momento”, relembra.
Paulo conta que, na hora da picada, além do susto, ele lembrou o que aconteceu com o menino de 2 anos de Salete, na mesma região, que morreu após ser picado por um animal não identificado.
“A gente que tem filho, essas coisas [da morte do garoto picado] doem na gente de um jeito absurdo. Minha recomendação para os pais, quando lemos uma matéria como essa de Salete, é que levantem da cadeira e vão em seus jardins, vão na calçada, olhem embaixo da cama. Atitude, essa é a palavra. Levantar e fazer”, recomenda Paulo.
Ele afirma que, na semana passada, já havia limpado a área externa onde aconteceu o acidente com Benjamin. Para o pai, o esgoto e o lixão a céu aberto, que existem próximos a região onde a casa fica, podem ter contribuído para o aparecimento da cobra no quintal da casa da família.
Picada
A picada ocorreu na segunda-feira (13). Paulo afirmou que o filho brincava no quintal da casa da avó no final da tarde quando ocorreu o acidente. O menino corria atrás de uma bola e começou a gritar e a chorar quando foi picado.
Um vizinho encontrou a cobra perto do bebê, matou-a, colocou o animal em um pote e a família levou até a unidade de saúde. Com o filhote de jararaca identificado, a equipe prestou o atendimento com o soro antiveneno para a picada.
“A médica atentamente bateu foto da cobra e mandou para o órgão responsável. Em poucos instantes já tivemos a resposta de que era um filhote de jararaca e a doutora iniciou com o antídoto e a hidratação”, disse o pai.
Após a identificação, a cobra foi descartada.
O que fazer em caso de picada?
- Caso seja picado por uma cobra, não se deve amarrar o local. Segundo o biólogo Christian Lempek, o torniquete pode aumentar o risco de necrosar o local e resultar até em amputação;
- Não se deve cortar o local, fazer perfurações ou sucção;
- O local da picada deve ser lavado com água e sabão;
- A vítima deve ser levada o mais rápido possível ao hospital;
- É importante tentar identificar a serpente (pode ser por foto, se possível) pois isso facilitará para escolha do soro antiofídico a ser aplicado.
Onde ligar
- Entrar em contato com os Bombeiros (193) ou com a Polícia Ambiental da sua cidade (190);
- Em caso de acidente com serpente, entre em contato com o Samu (192), os Bombeiros (193) ou se dirija ao hospital público mais próximo;
- Em caso de dúvidas ou orientações sobre procedimentos de primeiros socorros, ligue para o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC), pelo telefone: 0800 643 5252.
- Moradores de Jaraguá do Sul podem ter atendimento na Fujama pelo telefone (47) 3273-8008, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h.
Fonte: G1.