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Olimpíada de Tóquio 2021: país de 63 mil habitantes se torna o menor a ganhar ouro olímpico com triatlo

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Com uma população de apenas 63 mil habitantes (metade de um bairro como Copacabana, no Rio de Janeiro), as Bermudas se tornaram a menor nação ou território a ganhar uma medalha de ouro olímpica nos Jogos Olímpicos de Verão na terça-feira (27/7), quando Flora Duffy venceu o triatlo em Tóquio.

A atleta de 33 anos, que fez sua quarta participação em uma Olimpíada, derrotou outras 55 mulheres com o tempo de 1 hora e 55 minutos e 36 segundos, mais de um minuto à frente de Georgia Taylor-Brown, da Grã-Bretanha e Katie Zaferes, dos Estados Unidos.

As Bermudas já detinham o recorde de ser a nação menos populosa a conquistar uma medalha graças ao bronze do boxeador Clarence Hill, em 1976, mas agora têm seu primeiro campeão olímpico.

“Tem sido uma grande pressão durante cinco anos”, disse Flora Duffy. “Eu nunca recomendaria ser uma das favoritas por cinco anos. Claro que valeu a pena agora.”

“Acho que as Bermudas inteira estão enlouquecidas. É isso que torna tudo tão especial para mim. Sim, esse era o meu sonho, mas também sabia que era maior do que eu.”

Para contextualizar o tamanho da vitória de Duffy, com 51 km, o evento de triatlo em si é mais longo do que uma caminhada de ponta a ponta ao longo do arquipélago das Bermudas (40 km).

Duffy, que rejeitou a chance de representar a Grã-Bretanha quando adolescente (Bermudas são um território britânico ultramarino, mas competem como nação separada nos Jogos), já está acostumada a escrever seu nome nos livros de história, tendo se tornado a primeira mulher campeã dos Jogos da Commonwealth nas Bermudas em 2018.

Ela acrescentou: “Estou orgulhosa de poder ser a primeira medalhista de ouro nas Bermudas, a primeira medalhista feminina, e espero que inspire a todos em casa que isso é possível.”

A chuva noturna em Tóquio atrasou o início da prova em 15 minutos devido às condições escorregadias da pista, mas assim que começou Duffy assumiu o controle da competição após as primeiras quatro voltas e nunca mais precisou olhar para trás.

Um enorme sorriso se transformou em lágrimas de alegria quando ela cruzou a linha de chegada.

“Eu tentei apenas manter minha compostura e não permitir que minha mente vagasse para o fato de que isso estava realmente acontecendo até o último quilômetro da corrida”, disse Duffy.

“Eu vi meu marido, ele é meu treinador, na beira da estrada, e apenas abri um sorrisinho para ele.”

“De lá eu meio que permiti que todas as emoções viessem. Mas eu realmente não acho que a ficha vai cair até alguns dias a partir de agora.”

A atleta participou das Olimpíadas de 2008 e 2012, mas, depois de viajar para o Rio em 2016 com esperanças reais de medalhas, conseguiu apenas um decepcionante oitavo lugar.

Depois da corrida, Duffy falou sobre o que significava ganhar o ouro, depois que lesões quase a forçaram a desistir do esporte. Ela teve uma lesão no pé que a tirou das competições por um ano inteiro em 2018 e 2019 e, em 2020, ela disse que também estava lidando com uma inflamação no joelho.

“É uma sensação incrível. Quero dizer, é claro que faz todas as lesões, tempos difíceis e lágrimas valerem completamente a pena”, disse ela.

Fonte: BBC NEWS.

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