Foragido, um dos suspeitos de participação no assassinato do policial penal de Goiás e empresário José Françualdo Leite Nobrega (foto em destaque), 36 anos, enviou uma mensagem à família da vítima. No texto, o homem relata a sua versão do caso, detalha a execução e alega que teria sido coagido pelos demais envolvidos a dar um fim ao corpo do servidor.
Françualdo, também conhecido como Aldo, tinha uma empresa de construção em Águas Lindas (GO). Segundo a investigação da Policial Civil de Goiás (PCGO), o servidor teria sido morto pelos funcionários — que, até então, também eram considerados seus amigos —, após descobrir desvios da loja, de pelo menos R$ 400 mil.
Segundo a família, a mensagem é de Felipe Nascimento dos Santos, conhecido como Galeguinho. Até a última atualização desta reportagem, ele continuava foragido. O suspeito desapareceu antes de a PCGO prender outros envolvidos no crime.
“Sei que todos vocês estão pensando que eu matei Aldo. Eu não tinha motivo nenhum para fazer isso com o cara que me ajudava como podia, que praticamente se tornou um pai para mim. Quem matou ele foi Manelito. Tem a balística que pode comprovar”, escreveu o suspeito.
Vejas as mensagens:
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Material cedido ao Metrópoles
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O homem contou, ainda, que o policial teria o chamado para almoçar no sítio, junto a outros funcionários. Após o almoço, o servidor anunciou que faria o fechamento do caixa da empresa. Pouco tempo depois, Felipe contou que ouviu diversos disparos e foi chamado por Manelito de Lima Júnior, apontado pelas investigações como o principal suspeito do crime.
Baleado
“Manelito me chamou: ‘Galeguinho, sobe aqui’, e eu subi. Quando subi, vi Aldo baleado no braço e nas costas. Tentei correr, mas, quando viram que eu ia correr, me coagiram. ‘Tu tá aqui, tu vai ajudar. Bora, senão tu morre também.’ Eu não tive o que fazer, a não ser levar o corpo”, contou.
Felipe disse que levou o cadáver de Françualdo com a ajuda de Daniel Amorim Rosa de Oliveira, outro suspeito, que também já foi preso. “Pegaram a pistola do Aldo e mandaram eu dirigir a caminhonete, e foram bem atrás de mim. Passei em frente ao sítio de vocês, fiquei com vontade de parar, mas, temendo por minha vida, eu não parei”, completou Felipe, em mensagem aos familiares de Aldo.
O suspeito confirmou que a caminhonete foi queimada para despistar eventual investigação. “Eu não matei aquele que era um pai para mim. Vocês mesmo viam. Para onde ia, ele me levava. Eu não seria tão covarde assim. Se dependesse de mim, ele viveria muito tempo. Quando vocês encontrarem o corpo, vão ver que estou falando a verdade. Eu estava temendo pela minha vida. Eu não sumi porque eu matei, e sim porque eu sabia que morreria pelos caras ou pelas mãos de vocês. Isso é certeza: eu não mataria o Aldo”, afirmou. “Eu estou tão mal quanto vocês, porque ele foi morto por quem ele mais confiava”, detalhou.
Segundo o suspeito, os acusados teriam ficado com uma pistola, um cordão e uma pulseira do policial penal.
Presos e foragidos
A princípio, o homicídio do policial penal envolveu cinco pessoas, conforme indicam as investigações da PCGO. Três suspeitos foram presos; dois estão foragidos — entre eles, Felipe. As investigações ainda estão em aberto.
Manelito Júnior, Daniel Amorim Rosa de Oliveira e Marinalda Mendes Vieira estão presos. Além de Felipe, Deivid Amorim Rosa de Oliveira segue foragido.
O policial estava desaparecido havia mais de um mês. O corpo foi encontrado no sábado (6/1), em uma região de mata entre Cocalzinho e Padre Bernardo, no Entorno do DF. O policial foi assassinado com quatro tiros.
O servidor estava desaparecido desde 27 de novembro de 2023. Morador de Águas Lindas (GO), José Françualdo trabalhava no presídio de Santo Antônio do Descoberto (GO), no Entorno do Distrito Federal.