A trágica morte de Sarah Raíssa, aos 8 anos, após participar de um desafio viral nas redes sociais, reacendeu um alerta urgente sobre os riscos ocultos no ambiente digital, principalmente para crianças e adolescentes. O caso, que comoveu o país, levantou discussões sobre os cuidados necessários no acesso de menores de idade às redes sociais e demais plataformas on-line.
Para Fernanda Jota, psicóloga da infância da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), a supervisão parental e o diálogo aberto são as principais ferramentas para garantir a segurança dos jovens no universo digital. “Separar o que é real do que é falso, o que é seguro do que é perigoso, exige maturidade – algo que ainda está sendo construído nessas faixas etárias”, explica.
Ela reforça a importância de orientar os filhos sobre conteúdos perigosos, violentos ou que provoquem desconforto. “Converse com seu filho sobre o que ele vê na internet. Ensine-o a refletir sobre o que consome e a adotar uma postura crítica. É fundamental que ele saiba que pode procurar você sempre que se sentir inseguro ou incomodado.”
Fernanda destaca, ainda, que o mundo virtual pode confundir até mesmo os adultos — o que torna ainda mais delicada a experiência de crianças e adolescentes, em fase de desenvolvimento cognitivo e emocional.
Tecnologia como aliada
Entre as ferramentas disponíveis para ajudar no acompanhamento, a psicóloga recomenda o uso do aplicativo gratuito Family Link, do Google. A plataforma permite que os pais monitorem o uso do celular, controlem o tempo de tela, autorizem ou bloqueiem downloads e impeçam a navegação anônima — evitando, por exemplo, o acesso a conteúdos impróprios. Usuários da Apple também contam com uma função similar: o Tempo de Uso, disponível nos dispositivos iOS.
“Quando você entrega um celular para uma criança, é essencial que ele venha com regras claras e configurações de segurança”, afirma Fernanda. “O Family Link possibilita essa supervisão de forma respeitosa. Seu filho precisa entender que você está ali para protegê-lo, e não apenas para vigiá-lo. Quando há conexão, o adolescente entende que os limites são formas de cuidado.”
Recomendações
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orienta que adolescentes utilizem telas por, no máximo, duas horas por dia — e que crianças menores tenham ainda mais restrições. Além do tempo de uso, a entidade reforça a importância de acompanhar a qualidade do conteúdo acessado.
A SBP também recomenda que os pais se informem sobre tendências virais e conheçam os aplicativos mais populares entre os jovens. A familiaridade com o universo digital dos filhos contribui para um diálogo mais próximo, atualizado e eficaz.
Com informações da Agência Brasília