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Racionamento na área central do DF começa na próxima segunda

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF
CAESB

Racionamento na área central do DF começa na próxima segunda, diz Caesb

Cronograma sobre como vai funcionar restrição deve ser divulgado até quinta-feira. Veja regiões que devem ser afetadas

A Caesb anunciou nesta terça-feira (21) que vai começar a fazer racionamento de água nas regiões centrais do Distrito Federal, abastecidas pelo reservatório de Santa Maria, a partir da próxima segunda-feira (27). De acordo com a Caesb, um cronograma de como vai funcionar a restrição deve ser divulgado até quinta-feira (23). Entre as informações que ainda precisam ser publicizadas está a definição se os moradores vão ficar um ou mais dias sem água.

As regiões afetadas se concentrariam principalmente no Plano Piloto, atingindo aproximadamente 557 mil pessoas. A previsão é de que o corte ocorra nestes locais: Asa Norte, Asa Sul, Lago Norte, Lago Sul, Noroeste, Sudoeste, Varjão, Taquari, Jardins Mangueiral, Paranoá, Itapoã, Setor de Oficinas Sul, Park Sul, Cruzeiro, Octogonal, Setor Militar Urbano, Setor de Indústria e Abastecimento e Estrutural.

Do total de 2,97 milhões de moradores do DF, 20% vivem ou trabalham nestas áreas. Na prática, os imóveis da área central de Brasília – incluindo prédios públicos na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes – podem ficar sem água.

A restrição também deve afetar as 127 embaixadas que têm representação diplomática na capital federal. Escolas e hospitais têm previsão de serem abastecidas por caminhão-pipa.

Na segunda (20), a Caesb reconheceu que preparava um plano para adotar o rodízio de água nas regiões abastecidas pela bacia de Santa Maria, onde a pressão da água está reduzida desde 30 de janeiro. O anúncio foi feito após a Agência Reguladora de Água (Adasa) determinar que a Caesb reduza a captação nos de Santa Maria e do Descoberto – onde já há racionamento desde 16 de janeiro.

Racionamento inevitável
Para o pesquisador em hidrologia e coordenador do curso de engenharia ambiental da Universidade Católica de Brasília, Marcelo Resende, o fato de a Caesb ter que retirar menos água de Santa Maria significa que o GDF não tem outra alternativa, senão implementar o racionamento.

“Reduzir 66% da geração de água tratada na Bacia do Santa Maria, só com o racionamento. Hoje em dia se gasta duas vezes mais do que estão tirando”, explica.

Nesta segunda-feira, o volume de água do reservatório do Descoberto chegou a 37,49%, maior índice desde novembro de 2016. O racionamento para regiões abastecidas por essa bacia começou em 16 de janeiro. Já o reservatório de Santa Maria marcava 45%, tendo subido menos de um ponto percentual em uma semana.

Com a experiência de quem ajudou a resolver a crise hídrica em mais de 40 países, o especialista em gestão de água José Galizia Tundisi afirma que o governo errou ao submeter apenas parte da população ao racionamento.

Segundo ele, o modelo adotado acaba poupando os mais ricos e não divide os impactos da crise por igual. O governo aponta “critérios técnicos”, e diz que levou em conta o estado de cada reservatório de água.

“O plano [vigente] do racionamento em Brasília acaba poupando os mais ricos. O recomendado seria fazer o racionamento para toda a cidade.”

Já o governo afirmou que o critério adotado para o racionamento é “puramente técnico” e que “a questão econômica das regiões não foi considerada”.

A estimativa é de que o modelo atual do corte afete cerca de 1,8 milhão de pessoas – 57% da população total medida pela Codeplan, de 2,9 milhões. Dos moradores afetados, a maior parte mora em regiões carentes da capital.

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