Em 2020, o Brasil ocupava a 32ª posição. A nota atribuída ao Brasil, baseada em dados de 2020, é de 6,110. Essa é a menor média para o país desde 2005, quando o instituto de pesquisas começou sua avaliação. “Embora o resultado de 2021 tenha relação com a pandemia, constitui apenas o agravamento do desempenho de um país que já esteve em 16º lugar”, avalia Carla Furtado, pesquisadora e fundadora do Instituto Feliciência.
O relatório também apontou que a infelicidade aumentou no mundo todo, tendo havido maior insegurança econômica, ansiedade, perturbação de todos os aspectos da vida e, para muitas pessoas, estresse e desafios para a saúde física e mental. “O pior efeito da pandemia foram 2 milhões de mortes por COVID-19 em 2020. Um aumento de quase 4% no número anual de mortes em todo o mundo representa uma grave perda de bem-estar social”, afirma o documento.
De acordo com o Relatório Mundial da Felicidade, a Finlândia lidera o ranking pelo 4º ano consecutivo. O relatório leva em conta diversos aspectos, como a relação PIB/per capita, a expectativa de vida no nascimento, a existência de uma rede social de apoio diante de adversidades, a confiança no governo e nas organizações, a liberdade para fazer escolhas, a generosidade e, obviamente, a avaliação subjetiva da própria felicidade.
Dia Internacional da Felicidade
O relatório, divulgado em 19 de março, vem para lembrar o Dia Internacional da Felicidade. Criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2012, a data, comemorada em 20 de março, tem como objetivo promover a felicidade e alegria entre os povos do mundo, evitando os conflitos e guerras sociais ou qualquer outro tipo de comportamento que ponha em risco a paz e o bem-estar das sociedades.
Este ano, a data coincide com o marco do primeiro ano de pandemia do Covid-19, o que suscita a inevitável pergunta: é mesmo hora de falar de felicidade? Onde e quando há sofrimento é urgente falar de felicidade. “Isso porque a promoção do bem-estar precisa partir da identificação e da mitigação das vulnerabilidades e a humanidade enfrenta uma constelação delas – na saúde, na economia, nos direitos humanos e na democracia”, ressalta Carla.
“Precisamos de um Dia Internacional da Felicidade porque a cada ano o mundo experimenta mais emoções negativas. Porque nos Estados Unidos, muito embora o PIB per capita suba, as pessoas estão mais infelizes. Porque na América Latina registram-se não apenas abismos socioeconômicos, mas abismos de bem-estar, com pessoas muito felizes e outras muito infelizes vivendo lado a lado. Porque há a triste constatação de que a humanidade está diante de epidemias de depressão, transtorno de ansiedade e suicídio”, defende a especialista.
Masterclass
Pelo quarto ano consecutivo o Instituto Feliciência oferece gratuitamente a Master Class de Apresentação e Análise dos Resultados do Relatório Mundial da Felicidade, ministrada pela Professora Carla Furtado. Este ano a Masterclass será realizada de forma online, em 21 de março, domingo, das 17h às 19h. A aula é gratuita e, para participar, é necessário fazer inscrição pelo site https://bit.ly/
“Toda data inserida oficialmente em um calendário, como essa e outras preconizadas pela ONU, tem por objetivo jogar luz sobre temas necessários. A felicidade é um direito humano inalienável, mas não consiste apenas numa deliberação pessoal. É preciso que as pessoas tenham condições dignas de vida para que possam decidir sobre sua felicidade”, conclui Carla.