POR ZULEIKA LOPES
Com a presença de um deputado distrital, Max Maciel PT), presidente da Comissão de Mobilidade Urbana da CLDF, e alguns poucos moradores do Guará, cerca de 25 pessoas, participaram da sessão presencial do Plano Diretor do transporte Urbano do Distrito Federal PDTU, que aconteceu na terça-feira, 8 de abril, na quadra de esportes do Centro Educacional 01, na entrequadra 34/36, do Guará II. A reunião foi coordenada pela Secretaria de Mobilidade do DF, que enviou técnicos para ouvir as demandas da população sobre transporte urbano. Normalmente bastante ativos nas redes sociais, os moradores da cidade não compareceram à reunião presencial, marcada para levantar as demandas de quem depende do transporte coletivo.
Os que compareceram tinham suas sugestões e reclamações na ponta da língua, sendo a principal delas, uma linha circular que atenda o transporte dentro das quadras, como da QE 46 ao Setor de Oficinas, passando pela 44, 42, 38, 40 e Polo de Moda. Este tipo de ônibus circulando pelas quadras internas, poderia ser facilmente ser implementado através do Zebrinha, que já foi implantado em alguns regiões do DF.
Teresa Dias, representante das cooperativas das novas quadras 48 a 58, reclamou da falta de paradas de ônibus e o do número limitado de linhas que passam naquela região, que engloba também o IAPI. O morador João Luís Negreiros, do Guará Park, sugeriu que a linha férrea, que hoje corta o Guará de ponta a ponta, transportando carga, fosse utilizada, também para transporte de pessoas. Ressaltou a importância de termos aplicativos que realmente funcionem para que todos tenham acesso e acompanhem o trajeto dos ônibus, evitando assim a perda de tempo nas paradas. Avaliou em condições precárias as ligações por transporte público entre os bairros e setores do Guará. A ampliação de pistas de bicicletas e de pedestres, também foram sugeridas.
Giovana, moradora do Guara I e estudante da UNB, relatou os percalços pelos quais passa para chegar à universidade todos os dias. “Ir é uma maratona e voltar nem se fala. Faltam linhas que nos atendam com rapidez e agilidade”, relatou. Jovens moradores da QE 46 alegam que são nascidos e criados na quadra e que há anos esperam por um transporte digno que atenda aquela parte do Guará. “Nunca vimos uma reportagem que relatasse os nossos problemas de mobilidade. Para conseguirmos pegar um transporte que vá para Taguatinga e Ceilândia, temos que andar até a Avenida Contorno”, alegou um dos jovens.
O ex administrador regional do Guará e radialista Joel Alves fez a defesa da implantação do transporte circular feito pelos zebrinhas, a implantação de outros meios de locomoção, como patinetes e bicicletas, com utilização feitas nos aplicativos que já existem em outras cidades do DF. Outra moradora e assessora parlamentar, sugeriu a ampliação da iluminação, calçadas e pistas de caminhada e demais circulares que cheguem com celeridade aos grandes modais, como terminais de ônibus e estações do Metrô DF no Guará.
João Henrique, liderança comunitária do Guará I, lembrou da necessidade do transporte público de Brasília ter sustentabilidade fiscal. “Precisamos estar atentos ao valor gasto, anualmente, com os deslocamentos dentro da capital. Para os próximos 10 anos, precisamos da ampliação do Metrô- DF, implantação de BRTs e VLTs no Aeroporto Internacional de Brasília e na Orla do Lago Paranoá, onde existem grandes potenciais de turistas”, sugeriu.
Reclamações e sugestões
Outro fator importante, lembrado pelos presentes, foi o alinhamento do Plano Diretor de Transporte Urabano (PDTU) com o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT), já que ambos estão sendo revistos ao mesmo tempo pela população. Já o deputado Max Maciel fez questão de ressaltar que a presença dos usuários do transporte coletivo é fundamental nestas reuniões. “Temos a oportunidade de decidir o que queremos para o transporte público. É no dia a dia que se sente o que precisamos. Esta etapa é para ouvir a população. Depois, segue para a Câmara Legislativa, enviado pela Secretaria de Mobilidade (Semob-DF), onde iremos finalizar as sugestões reunidas nas cidades e realizar novas audiências”, explicou o deputado.
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