Empresas brasileiras aceleraram os investimentos em robôs móveis para realizar trabalhos considerados mais perigosos no lugar de empregados. Desde o cachorro-robô de quatro pernas até veículos movidos por rodas e esteiras, a tecnologia está assumindo o risco em serviços expostos a altas temperaturas, grandes alturas e a produtos químicos em diferentes setores.
A mineradora Vale, por exemplo, vai comprar um “cão-robô”, chamado Anymal, por aproximadamente R$ 1 milhão. O robô quadrúpede criado pela suíça Anybotics, com seu rostinho inofensivo, foi adaptado para as operações de fiscalização na área de mineração.
O “cão-robô” realizou neste ano uma prova de conceito na usina de Cauê, em Itabira (MG). Planejou rotas, subiu e desceu escadas, exibiu um mapa da área sob inspeção. Focou ainda em objetos e instrumentos, transmitindo imagens, inclusive com medições de temperatura. No fim do teste, executivos da Vale estavam convencidos de que precisam ter um daqueles.
“Com o robô, eliminamos riscos pertinentes às atividades de inspeções”, diz Rayner Teixeira, analista operacional responsável pelo desenvolvimento do Anymal na Vale. “O robô também nos dá acesso a espaços confinados, como o interior de um moinho”.
Além da compra do Anymal, a Vale desenvolve os próprios robôs, que consumiram investimentos de R$ 2,5 milhões nos últimos anos. Um deles é o EspeleoRobô, projetado inicialmente para mapear cavernas próximas às minas, utilizando rodas e esteiras.
A tecnologia foi desenvolvida pelo Instituto Tecnológico Vale (ITV), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Segundo a Vale, quatro unidades do EspeleoRobô estarão em operação até o fim do ano, em áreas de cobre no Pará e de minério de ferro em Vitória (ES) e Itabira (MG).
Serão colocados para realizar inspeções de moinhos de usina, dutos e outros ambientes confinados. “Esses robôs foram criados dentro da Vale pelos próprios empregados e são uma tecnologia em constante evolução”, diz Gustavo Pessin, do ITV.
Em relatório divulgado no início deste mês, a Federação Internacional de Robótica (IFR, na sigla em inglês) avaliou que o mercado de robôs móveis autônomos deverá crescer 31% ao ano até 2023 no mundo. A IFR explica que o acelerado avanço de hardwares e softwares está provocando um “boom” em vários segmentos do setor.
Fonte : CNN Brasil.