Acompanhamento médico, boa alimentação e hábitos saudáveis podem reduzir o risco da doença
Outubro Rosa é um grande passo na disseminação de informações com relação a conscientização e prevenção do câncer de mama. Dentro desta perspectiva está a alimentação, que atrelada aos exames clínicos tem papel importante na prevenção do câncer de mama. A oncologista Ludmila Thommen, explica que além dos exames de rotina, o hábito alimentar saudável é necessário tanto para ajudar a prevenir, quanto para quem tem ou já teve a doença. Segundo ela, cerca de 20% dos casos são provocados por conta da má alimentação.
A médica explica que alguns alimentos possuem a capacidade de proteger o organismo evitando danos oxidativos ao DNA e, com isso, prevenindo a replicação errada da célula, ou seja, evitando a formação de câncer. Entretanto, outros alimentos aumentam o risco de surgimento da doença, já que podem causar o aumento do estresse oxidativo e da inflamação crônica no organismo.
“As pessoas devem priorizar alimentos ricos em fibras, frutas, legumes, verduras cereais integrais e evitar o consumo de alimentos processados, refrigerantes e fast food. Vale lembrar que quem está em tratamento ou se curou, também tem que cuidar da alimentação. Tudo isso pode ser levado em consideração como fator preventivo da doença”, explica.
A oncologista pontua ainda que estudos especializados no tema apontam que o cardápio tem influência considerável. “A literatura científica reconhece que os fatores dietéticos representam cerca de 30% das causas de câncer de mama, sendo somente superado pelo tabaco, como fator de risco prevenível”, pondera Ludmila.
Mas seria possível elaborar um cardápio saudável dentro de um orçamento apertado? O nutricionista Daniel Novais explica que sim. “Por conta da rotina agitada, as pessoas acabam deixando a alimentação em segundo plano. Com isso, acabam ingerindo alimentos que podem ser tóxicos ao organismo, intensificando a possibilidade de desenvolver o câncer. Os produtos que devemos consumir são possíveis de adicionar na rotina e não custam caro, não são dietas difíceis de serem consumidas”, conta.
O profissional conta que a alimentação deve ser rica em fibras, ômegas 3, 6 e 9, vitaminas e minerais, que podem ser encontrados em peixes como sardinhas, salmão e bacalhau; cereais ricos em fibras, como por exemplo, chia, quinoa, linhaça e aveia, que auxiliam na digestão; frutas vermelhas como o morango, ameixa e amora que são importantes fontes de antioxidantes e auxiliam na eliminação dos radicais livres e toxinas; cenoura, que é fonte de betacaroteno e antioxidante. Tudo isso atrelado à prática de atividades físicas e ao consumo de água em abundância.
Para quem está em processo de tratamento, é importante uma alimentação equilibrada e saudável, preenchida por nutrientes, fibras, vitaminas e minerais. “Os jejuns prolongados devem ser evitados, a alimentação deve acontecer no intervalo de 3 em 3 horas no máximo. Antes das grandes refeições, deve ingerir metade de uma maçã, uma fatia de melão ou uma pêra, pois essas frutas podem diminuir a sensação de enjoo. É importante procurar ter a orientação de um nutricionista, pois com a alimentação direcionada, os sintomas melhoram e, com isso, melhora a qualidade de vida do paciente”, destaca.