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Saiba como os monitores exclusivos ajudam na vida de crianças autistas

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

Os monitores exclusivos são cruciais para o desenvolvimento das crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Eles são profissionais que auxiliam os alunos com deficiências ou necessidades especiais, de modo a garantir uma inclusão escolar mais efetiva, acompanhando o aluno que precisa deste cuidado em sala de aula.

Monitores e educadores sociais voluntários, atuam nas escolas com a função de auxiliar os estudantes nas áreas de alimentação, locomoção e higiene, dependendo da necessidade de cada aluno.

A Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015) assegura que estudantes com deficiência, incluindo autistas, têm direito a recursos de apoio individualizados, como monitores e cuidadores. No DF, a Secretaria de Educação oferece o cargo de Cuidador Social Escolar.

Falta desses profissionais impacta a aprendizagem e socialização de meninos e meninas. Gabriel Apolinário, 17 anos, relatou sobre a falta de monitores.

“Não tinha [monitor exclusivo], porém, eu era acompanhado no serviço de orientação educacional. Mas, muitas vezes tinha dificuldade pois na maioria das escolas a educação não é inclusiva e excluem os alunos, deixando ele de canto, e isso acabava dificultando a minha socialização com os outros alunos.” diz.

Gabriel também fala sobre o descaso da escola na falta de explicação para outros alunos sobre o Transtorno do Espectro Autista. Ele aponta, também, que tinha certa dificuldade na cantina do colégio, por conta da seletividade alimentar.

No caso do Gabriel, os médicos que realizam seu acompanhamento decidiram que ele não precisaria de um monitor exclusivo. “Porém, eu preciso de um acompanhamento específico e provas adaptadas”, detalha. O jovem estudante acredita que os monitores podem transformar positivamente a vida de alunos com o TEA.

Recentemente, Italo Soares, 41, e Fernanda Domingues, 44, pais de uma criança com TEA venceram uma batalha na Justiça, e garantiram o direito de um monitor exclusivo para o  filho, aluno de uma escola pública de Taguatinga. Em entrevista ao Metrópoles a mãe de Gael Domingues Soares contou sobre a falta dos monitores para o seu filho. “Faz muita, muita falta [os monitores exclusivos]. Essas crianças têm super potencial, mas não são estimuladas corretamente”, diz Fernanda, mãe da criança.

A mãe relatou as dificuldades do filho na escola e garante que está em busca de um monitor exclusivo para o Gael há mais de um ano. “Ele é autista nível 2, não verbal, ele tem questões sensoriais muito intensas, o cérebro dele por ser hipossensivel está sempre precisando de movimentos. Às vezes, ele precisa correr para o cérebro absorver as informações do ambiente que ele está, então o monitor exclusivo é necessário para atender as necessidades dele.” disse.

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Italo Soares e Gael Domingues

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Fernanda Domingues e Gael Domingues Soares

Material cedido ao Metrópoles

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Italo Soares e Gael Domingues

Material cedido ao Metrópoles

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Material cedido ao Metrópoles

Por conta do Gael ter questões sensoriais muito intensas, as informações são entregues ao cérebro dele de uma vez, para que ele consiga organizar as informações recebidas, seu corpo pede constante movimento como correr, balançar.

A mãe revelou que sua maior expectativa com o atendimento exclusivo é que a criança consiga desenvolver suas habilidades pedagógicas dentro do grande potencial que ele tem. “Ele é muito inteligente, e tem muita capacidade de desenvolvimento, mas precisa de atendimento exclusivo e especializado.”

Gael faz terapias e é acompanhado por uma neuropediatra desde os 3 anos.

A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) informou que irá disponibilizar o monitor exclusivo e cumprir a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

Em nota, A Secretaria de Educação do DF informa que, atualmente, a rede conta com 1.408 monitores responsáveis por auxiliar no atendimento desses estudantes, conforme descrito na Portaria Conjunta nº 28 de 2016. Entre suas atribuições estão o apoio em atividades de cuidado, higiene e locomoção sob orientação da equipe escolar, além da participação de formações continuadas.

A pasta ressalta, ainda, que esse tipo de suporte “é ofertado conforme a necessidade do aluno, respeitando a sua autonomia, após procedimento de avaliação realizado pela SEEDF.”

Até a última atualização desta matéria, a família informou que o monitor ainda não foi disponibilizado a Gael.

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