Um dos servidores do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) que cobravam R$ 50 para liberar documentos tinha uma plantação de maconha em casa. O homem foi preso em flagrante durante uma operação da 18ª DP (Brazlândia), na manhã desta segunda-feira (17/3).
Os dois funcionários foram alvo de mandados de busca e apreensão. A operação ocorreu nas sedes do Detran de Brazlândia e do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).
A Polícia Civil apura suspeitas de advocacia administrativa, corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistema de informações e condescendência criminosa dentro do órgão. A ação contou com o apoio da corregedoria do Detran.
Fotos da apreensão:
Investigação
As apurações começaram a partir de denúncias registradas na ouvidoria do Distrito Federal, indicando que dois servidores do órgão emitiam Autorizações para Transferência de Propriedade do Veículo (ATPV-e) sem a exigência de documentação obrigatória.
Em troca, os investigados cobrariam valores indevidos dos interessados, estabelecendo um sistema paralelo de atendimento ilegal.
Veja imagens da operação:
O modus operandi dos envolvidos consistia na facilitação de serviços para proprietários de agências de veículos, sem seguir os normativos legais. Segundo a diligência da PCDF, os servidores recebiam aproximadamente R$ 50 por cada documento emitido de maneira irregular.
Além disso, os suspeitos estariam envolvidos com compra e venda de veículos, acumulando benefícios financeiros indevidos ao burlar procedimentos internos de fiscalização.
Irregularidades graves
As informações encaminhadas à 18ª DP revelaram que quase metade das emissões realizadas por um dos investigados apresentava irregularidades graves, incluindo a ausência de documentos essenciais e a inexistência de registros processuais.
Os policiais identificaram 14 transações envolvendo compra e venda de veículos por um dos suspeitos, reforçando os indícios de atividade econômica irregular por parte do servidor público.
Fotos da operação:
A Corregedoria do Detran, por meio de seu Núcleo de Disciplina, forneceu suporte fundamental à apuração, prestando informações detalhadas sobre os processos conduzidos pelos suspeitos.
Durante as buscas, foram apreendidos documentos, computadores, celulares e dispositivos eletrônicos que podem conter provas adicionais sobre o esquema.
A PCDF segue conduzindo a investigação para reunir mais provas e esclarecer a extensão dos supostos crimes. O caso segue em andamento, e os responsáveis poderão enfrentar medidas disciplinares e ações criminais conforme a gravidade dos fatos apurados.