Policiais civis da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) 1 cumpriram um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão contra um homem de 22 anos que, desde 2023, perseguia e aterrorizava a então namorada. A Operação Obsessão, que teve o criminoso como alvo, foi deflagrada na sexta (14/2) e divulgada nesta terça-feira (18/2).
O casal iniciou o relacionamento em 2023 e, durante a convivência, o investigado se passou por um desconhecido para atormentar a vítima. Por meio de Voips (sigla para “voz sobre protocolo de internet” em inglês), bem como números privados e diversos, ele amedrontava a vítima de forma anônima, com mensagens ofensivas, graves ameaças e ligações reiteradas durante o dia e a madrugada.
Ele também mencionava que a vítima era constantemente vigiada, informava os locais que ela frequentava, a roupa que usava e com quem estava. O criminoso chegou a contatar parentes e amigos da então companheira, a fazer ofensas e ameaças de morte à vítima, além de enviar imagens íntimas da namorada, inclusive para a filha dela, de 14 anos à época.
O bandido criou contas nas mídias sociais para expor a intimidade da vítima, além de perfis com dados pessoais dela em aplicativos de relacionamento – o que fez com que, em poucos dias, ela fosse contatada por mais de 50 homens. A polícia descobriu que, ao longo de dois anos, o criminoso usou mais de 200 números de telefone para contatar a ex-namorada.
Aterrorizada, a vítima adoeceu emocionalmente, não usava mais qualquer mídia social e deixou de encontrar amigos e parentes, bem como de conviver com os filhos, que passaram a morar com o pai.
Durante as investigações da perseguição contra a vítima, a Deam 1 descobriu que o responsável pelos contatos era o próprio namorado dela, que a perseguia de forma anônima. Para disfarçar a autoria do crime, porém, ele fingiu ter recebido mensagens do suposto stalker e ainda registrou ocorrência sobre o caso.
Após a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) verificar que o criminoso era a pessoa com quem a vítima se relacionava, os investigadores pediram à Justiça medidas protetivas de urgência em favor dela. Apesar disso, o investigado continuou a enviar mensagens com ameaça – e em descumprimento à determinação judicial.
O bandido acabou preso e foi levado para a carceragem da PCDF, onde aguarda nova decisão judicial.