Nos primeiros seis meses deste ano, a Neoenergia Brasília recuperou 43 milhões de kWh de energia furtada — o suficiente para abastecer até 245 mil residências por um mês. O furto é caracterizado quando um local puxa energia diretamente da rede elétrica sem a medição do consumo e o conhecimento da empresa. A região administrativa que lidera a prática é Taguatinga.
De acordo com a Neoenergia, entre janeiro e junho de 2024, houve 216 autuações pelo furto de energia em Taguatinga. Juntas, as ocorrências somam mais de 7,8 milhões de kWh — o que seria suficiente para abastecer 42.977 casas por 30 dias.
Em segundo lugar no ranking de energia furtada aparece a área central de Brasília. Com 212 flagrantes em 2023. Veja o ranking das 10 principais RAs:
Padarias e mercados
A fim de combater o furto de energia, a empresa realiza operações em todo o DF. Recentemente, uma rede de padaria foi alvo dessa ação. A padaria, localizada em Ceilândia, fez “gato de luz” e desviou o equivalente a R$ 850 mil no consumo de energia elétrica.
O estabelecimento teve o fornecimento de luz cortado pela Neoenergia com a retirada do relógio medidor, em 31 de maio deste ano, justamente pela falta de pagamento das contas de luz. No entanto, os fiscais da empresa constataram que a padaria seguia funcionando normalmente e acionaram a Polícia Civil (PCDF).
Já no ano passado, a PCDF prendeu preventivamente dois sócios e um eletricista de uma rede de supermercados pelo desvio de, aproximadamente, R$ 1,15 milhão em energia elétrica. A investigação constatou que os suspeitos estavam destruindo evidências de outras ligações clandestinas instaladas em unidades da rede que ainda não haviam sido periciadas.
O que acontece após o flagrante
Segundo a Neoenergia, quando é identificado um furto de energia, após a operação, toda a energia não medida e consumida é cobrada por meio de processo administrativo. Em caso de regularização, as irregularidades são retiradas, os estabelecimentos regularizados e as constatações enviadas à Polícia Civil para que os responsáveis respondam em âmbito criminal.
“A nossa missão é intensificar as fiscalizações até o fim do ano e garantir que novas operações para combater o furto de energia elétrica sejam realizadas em todo o DF”, garante Madson Melo, gerente de Gestão da Receita da Neoenergia Brasília. “É importante reforçar que todos nós pagamos pelo prejuízo causado por esse tipo de crime”, finaliza.
A empresa frisa que os “gatos de energia” representam riscos para a segurança de quem os realiza e da população. A prática ilegal prejudica o fornecimento de energia da região, podendo causar graves problemas para a rede elétrica e ocasionar a interrupção do abastecimento.
O furto de energia é crime previsto no artigo 155 do Código Penal Brasileiro, com pena de até a oito anos de reclusão. A Neoenergia reforça que o apoio da comunidade é essencial para identificar os desvios. As denúncias podem ser feitas, de forma anônima, por meio do telefone 116.