Por que esse investimento é um excelente negócio para os brasileiros?
Emprestar para o governo pode parecer uma ideia completamente nova para a maioria das pessoas, mas, na verdade, é só uma questão de como o empréstimo é chamado. A ideia não é nem um pouco nova, muito pelo contrário. Na França do século XVII, o governo vendeu títulos públicos para financiar a Guerra dos Trinta Anos. O Reino Unido aderiu à prática no século seguinte e, na Suécia, o financiamento público serviu para construir navios de batalha.
No Brasil, foi criado em 7 de janeiro de 2002 pelo Tesouro Nacional e a BM&FBOVESPA com o objetivo de democratizar o acesso a uma excelente opção de investimento em renda fixa, bem como, conquistar recursos para financiar a dívida pública e outras atividades do Governo Federal, o Tesouro Direto viabiliza a aquisição de títulos públicos por qualquer pessoa com CPF, o que significa uma forma de distribuir esses custos ao longo do tempo.
O Tesouro Nacional é o órgão responsável pela emissão e garantia dos títulos da dívida pública federal, por isso o Tesouro Direto é o investimento mais conservador do Brasil porque é o de menor risco. Foi pensando como forma de estímulo ao investimento de médio e longo prazo, uma nova alternativa para o pequeno investidor. É mais comum pedir empréstimos e sempre estar do lado de cá do balcão, mas comprando títulos públicos essa ordem é invertida.
Antes de 2002, apenas instituições financeiras tinham acesso a esse tipo de ativo. Os fundos de investimentos eram o que havia disponível para o investidor pessoa física. Vem daí o nome atual: Tesouro Direto. Entretanto, no Brasil, ainda não é tão ‘direto’ como nos Estados Unidos, por exemplo. Por aqui, ainda é necessário a intermediação de um banco ou corretora para se tornar um investidor. Desta forma, é preciso estar atento às taxas praticadas por essas instituições para escolher, preferencialmente, quem não cobre taxas.
A rentabilidade do Tesouro Direto está diretamente ligada à taxa de juros que o país pratica e o índice da inflação. Por essa razão, o Treasury Direct americano paga menos do que a nossa versão brasileira, justamente em razão dos juros serem menores naquele país. O Tesouro Direto é atrelado aos indexadores de rentabilidade, SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) e IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que regulam a taxa de juros do Brasil e a taxa da inflação, respectivamente. Portanto quem pretende investir nesse ativo é bom estar sempre acompanhando esses índices.
Em virtude da oscilação das taxas praticadas no país, os preços dos títulos variam ao longo do tempo. Entretanto, ao se aproximar dos vencimentos dos títulos, a rentabilidade vai convergir para a que foi contratada. Em outras palavras, se o investidor resgatar o título somente na data do vencimento, o Tesouro vai pagar exatamente o que foi acordado no momento da compra
Os investimentos no Tesouro Direto são divididos em dois grupos, os Prefixados e os Pós-fixados.
Prefixados
Esses títulos são mais indicados para os momentos em que se percebe o fim de um ciclo de alta dos juros.
Prefixado (LTN) – Para quem pretende utilizar o valor somente após o vencimento;
Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F) – Para quem busca um complemento de renda periódico, pois esse tipo de investimento para os juros semestralmente.
Pós-Fixados
São mais indicados para investimentos de longo prazo, pois se adaptam às condições de mercado.
Tesouro SELIC (LFT) – Indicado quando existe a expectativa de que a taxa de juros suba ou se mantenha alta.
Os títulos indexados pelo IPCA são contabilizados por uma taxa prefixada acrescida da variação da inflação medida por esse índice.
Tesouro IPCA + Juros Semestrais – Indicado para quem pretende utilizar constantemente a renda da aplicação – paga juros semestralmente.
Tesouro IPCA + (NTN-B Principal) – Acumula os juros para o pagamento no vencimento do título.
Para fazer as melhores escolhas e administrar da melhor forma um investimento, é necessário ter em mente que é preciso estar atento à oscilação das taxas e índices do mercado e que a melhor forma de evitar perdas é diversificar os tipos de investimentos que você faz, desta forma, no caso de possíveis perdas, estas serão compensadas com ganhos em outras aplicações.
Vantagens do Programa do Tesouro Direto
Segurança
Trata-se dos ativos de menor risco de crédito da economia, pois, além de serem 100% garantidos pelo Tesouro Nacional, não importa o que aconteça com o banco ou corretora que intermediou a compra do seu título, ele estará registrado no seu CPF e poderá ser transferido para outra instituição.
Flexibilidade
Essa característica permite que você se proteja e se beneficie ao mesmo tempo, em razão da possibilidade de montar uma carteira de investimentos personalizada, na qual você poderá adquirir títulos públicos variados com diferentes datas de vencimento, rentabilidade e fluxo de pagamento. Cada um visando um objetivo dentro do seu planejamento financeiro.
Baixo Custo
Outros tipos de investimentos cobram taxas que dependem da política de cada banco. No caso do Tesouro Direto, existem apenas duas taxas, sendo que uma delas, em muitos casos, podem ser zero. A taxa de custódia BMF&BOVESPA é de 0,3% ao ano e a taxa cobrada pela instituição financeira que intermedia a aquisição do seu título pode ser de 0% a 2% ao ano. Dificilmente as taxas cobradas pelos fundos de investimentos são mais baixas do que as do Tesouro Direto.
Simplicidade de Operação
O Tesouro Direto permite que você compre títulos diariamente. As operações se dão pela internet e o limite mínimo para aquisição é de inacreditáveis R$ 30,00.
IR Regressivo
O Imposto de Renda só é cobrado no vencimento do título, quando do recebimento de juros semestrais ou em caso de venda antecipada. As alíquotas são regressivas conforme o período do recebimento e vão de 22,5% até 15%. Portanto,quanto mais distante for a data do resgate dos rendimentos, menor será o imposto cobrado.
Como fazer para começar a investir
Investir no Tesouro Direto é muito simples, basta solicitar em seu banco ou procurar uma corretora pela internet mesmo. Muitas corretoras não cobram a taxa de 2% ao ano e, por isso, costumam ser a melhor opção. Basta verificar se a corretora está na lista do Tesouro Nacional como habilitada. Confira a lista de agentes de custódia habilitados no site do Tesouro: www.tesouro.fazenda.gov.br/tesourodireto.