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Vinho de Corte e Vinho Varietal – Qual a diferença?

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DÉLIO ANDRADE
DÉLIO ANDRADEhttp://delioandrade.com.br
Jornalista, sob o Registro número 0012243/DF

Etiene Carvalho – blogvinhotinto@gmail.com

Jornalista e editora do Blog Vinho Tinto

Sommelier Fisar, Especialista em Vinhos da França (FWS), especialista em Vinhos da Califórnia (CWS) e (WSET)

 

É muito comum os amantes de vinho iniciantes se depararem com os conceitos de vinhos varietais e vinhos de corte e ficarem confusos. As duas perguntas que vêm logo à mente são: “o que isso significa?” e “o que isso importa?”

De modo geral, a diferença é bastante simples. Os vinhos varietais, apesar de o nome induzir para outra conclusão, são aqueles feitos a partir de uma única variedade de uva, enquanto os vinhos de corte também chamados assemblage ou blend são os elaborados com dois ou mais tipos de uva. O exemplo mais óbvio são os dois grandes estilos de vinho tinto da França. O vinho tinto da Borgonha, por exemplo, é composto da única variedade Pinot Noir. Os vinhos tintos de Bordeaux são, na maioria das vezes, misturas de até cinco variedades, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Malbec e Petit Verdot. (Existem alguns vinhos de Bordeaux feitos a partir de uma única variedade, mas são as exceções à regra).

A distinção entre vinhos varietais e vinhos de corte é menos clara na prática. Muitos vinhos varietais são, na realidade, feitos de misturas de vinho de várias regiões. O icônico Grange Penfolds da Austrália é um exemplo. A cada ano, centenas de amostras de muitos vinhedos são provadas e avaliadas antes da decisão da mistura final. O resultado é uma mistura de regiões, em vez de variedades. O Grange mostra claramente a sinergia entre Shiraz e os solos e climas do sul da Austrália.

Muitos vinhos australianos mais modestos e com menos fama também são misturas regionais. O processo de seleção da mistura é semelhante, mas muito mais simplificado. A pista no rótulo são frequentemente as palavras “Vinho do Sudeste da Austrália”. Uma afirmação quase tão geral que você não pode obter muita informação sobre as origens de um vinho australiano.

Enquanto estiver no assunto dos rótulos, saiba também que há muitos vinhos com um único nome varietal mas que podem conter legalmente até vinte e cinco por cento de outras variedades.

Brasil é um dos países que pode conter até 25% de corte em um vinho varietal

Outro detalhe importante é que se o vinho for rotulado como um corte, a variedade com a maior composição percentual deve ser nomeada primeiro, por exemplo, o vinho rotulado como Cabernet/Merlot, deve conter uma porcentagem maior de Cabernet Sauvignon do que de Merlot.

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Vinhos de Corte e Vinhos Varietais – Isso importa?

Nossa segunda pergunta é “isso importa?” Bem, se você encontrar um vinho que você goste e for uma mistura, continue bebendo. Há muitos vinhos de corte maravilhosos e, claro, há também os medíocres, mas isso também acontece com os varietais.

No entanto, se você deseja ampliar seu conhecimento sobre vinhos e, assim, aprimorar sua experiência com  os diferentes tipos de uva e suas características, tente degustar vinhos varietais sempre que possível. Existem centenas deles disponíveis no mercado – cada um com uma diferença sutil especial esperando por você para descobrir.

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