A palavra divergência foi a que mais chamou atenção no discurso com o qual a senadora Simone Tebet assumiu hoje o ministério do planejamento.
Simone teve peso importante na apertada vitória eleitoral de Lula. Virou um dos principais símbolos de uma frente ampla política para governar.
De fato, não é comum alguém assumir um ministério dizendo que discorda de outros colegas ministros, e um deles, um dos principais, estava ali: Fernando Haddad, ministro da Fazenda. Mas foi o que ela fez, disse que tem divergências. E foi explicando.
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O presidente Lula me disse que queria isso mesmo ao compor o ministério, que queria os diferentes, contou Simone, enquanto discursava. Pelo jeito, Lula conseguiu.
E juntou tantos divergentes a ponto da cúpula do PT começar a se preocupar com a capacidade do governo de se articular. A preocupação dos dirigentes petistas é genuína.
Na visão deles, partidos pequenos ganharam ministérios grandes. Alguns grandes ficaram sem representação.
No fundo, tem muito político e partido se dizendo aliado, mas há dúvidas se produzirão os votos necessários dentro do congresso.
Fora as brigas internas do partido por cargos e influência – o jogo de sempre.
O problema para Lula é combinar tanta diferença – ou tanta divergência, como vocês quiserem. Ou seja, como é que vai fazer para criar convergência.
Frente ampla não pode ser um governo no qual ninguém se entende.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Waack: Frente ampla não pode ser um governo no qual ninguém se entende no site CNN Brasil.