Lula subiu hoje pela terceira vez a rampa do Planalto, empossado como presidente da República. A primeira foi vinte anos atrás.
Mas é bobagem discutir se a história se repete primeiro como tragédia, depois como farsa, uma das frases mais famosas da política. O que realmente importa é saber o que o personagem político — no caso, Lula — aprendeu da história.
A julgar pelo que ele disse hoje ao discursar no Congresso, Lula parece ter aprendido que, vencendo as eleições, por margem grande ou pequena, não importa. O que importa é que o vencedor leva tudo.
E quem leva, faz o que quer.
Especialmente na economia — na qual Lula parece ter aprendido da história que ele pode tentar tudo de novo, especialmente quanto ao papel indutor do Estado. Outra lição que ele parece levar da história é quanto ao seu próprio papel de “salvador da pátria”.
Tem sido um chamado recorrente em sua longa carreira política, na qual as ideias que ele enunciou hoje mudaram muito pouco, Mas as circunstâncias — de vinte anos para cá — mudaram bastante: uma das mais relevantes é o grau de divisão da sociedade brasileira.
Portanto, a amplitude da oposição social ao novo governo. Vinte anos atrás, Lula e o PT tinham o benefício da dúvida. Isto, hoje, não existe mais.
Líderes políticos olham para o passado como fonte de inspiração e o que pode a história indicar para o futuro, Lula parece olhar para a história e concluir que ele, Lula, sempre teve razão.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Waack: O que Lula aprendeu da história no site CNN Brasil.